O cyberbullying tem sido definido como "quando a Internet, telefones celulares ou outros dispositivos são utilizados para enviar textos ou imagens com a intenção de ferir ou constranger outra pessoa". Outros pesquisadores utilizam uma linguagem semelhante para descrever o fenômeno.
O cyberbullying pode ser tão simples como continuar a enviar e-mail para alguém que já disse que não querem mais contato com o remetente, ou então pode incluir também ameaças, comentários sexuais, rótulos pejorativos, discurso de ódio, tornar as vítimas alvo de ridicularização em fóruns ou postar declarações falsas com o objetivo de humilhar.
Os cyberbullies podem divulgar os dados pessoais das vítimas (como nome, endereço ou o local de trabalho ou de estudo, por exemplo) em sites ou fóruns, ou publicar material em seu nome que o difame ou ridicularize-o. Alguns cyberbullies também podem enviar e-mails e mensagens instantâneas ameaçando e assediando as vítimas, postar rumores e boatos e instigar os outros para cima da vítima.
Um caso...
Ana Carolina Favano, 20, e Leandro Rocha, 21, já estavam juntos há 4 meses quando a vida dos dois tomou um rumo completamente novo: enquanto ele passou a ser reconhecido em todo o País como Gee, o guitarrista da NX_Zero, ela descobriu que namorar celebridades pode ser motivo para ser perseguida e humilhada através da internet. Acostumada a viver no anonimato, Ka (como gosta de ser chamada), tomou um susto quando percebeu que já não era mais tão anônima assim. Primeiro, vieram os inúmeros perfis fake no Orkut, passando-se por ela. Logo, surgiram os comentários maldosos a seu respeito e as fotos alteradas do Photoshop que distorciam sua imagem.
Em pouco tempo, já existiam dezenas de comunidades criadas apenas lhe agredir, envolvendo inclusive o nome de suas irmãs (uma delas, gêmea de Carol).
Segundo Ana Cláudia Favano, mãe da Ka, a fase foi difícil: “Ela ficou muito chateada. Foi um inferno mesmo. Sofremos muito constrangimento. No início, meu marido e eu ainda respondemos algumas vezes às agressões virtuais, mas em outubro de 2007, a situação ficou insustentável”.
Foi a partir de então que a família resolveu procurar orientação jurídica e descobriu que aquele era um caso conhecido por cyberbullying, em que usuários se valem do anonimato da internet para maltratar, humilhar e constranger alguém através de email, blogs, MSN, fotologs e sites de relacionamento como Orkut e Myspace.
Mais instruídos — e com a ajuda de diversas fãs do NX-Zero —, os pais de Carol entraram em contato com o Google e conseguiram retirar do ar alguns perfis e comunidades difamatórias e descobrir a identidade real de vários envolvidos no cyberbullying. Aos poucos, a situação melhorou e hoje Carol convive bem com o fato de namorar alguém famoso. “Leandro sempre me disse que ia ser difícil. No começo, me sentia muito mal vendo as pessoas usar minhas fotos, invadir minha privacidade. Não conseguia entender todas essas coisas, mas aprendi a lidar com isso de maneira que não impeça nossa felicidade”, disse Carol.
Como se defender
No Brasil, ainda não há uma lei específica para punir o cyberbullying. Praticado quase sempre por jovens e adolescentes que se escondem através de identidades falsas, o crime parece ser fácil de permanecer impune. Mas é possível, sim, identificar os autores através de rastreamentos realizados por profissionais capacitados. Para isto, é importante que as vítimas, juntamente com seus responsáveis, procurem as Delegacias Especializadas em Crimes Cibernéticos. Nas cidades em que este serviço não é oferecido, os pais devem se dirigir a uma Delegacia de Polícia ou à Promotoria da Infância e Juventude, e levar páginas ou emails que contenham as ofensas para servir de prova na abertura de um inquérito.
As denúncias de cyberbullying também podem ser feitas através da SaferNet Brasil, uma associação formada por diversos profissionais (cientistas da computação, professores, pesquisadores e advogados), que hoje é considerada como referência no combate aos crimes que violam os direitos humanos através da internet.
Se você for vítima de cyberbullying, não entre em desespero ou fique acuado. Como disse Carol Favano, “gente que se dedica a atingir os outros dessa forma é porque não tem amigos, família ou vida para se ocupar. É preciso ser superior e, o mais importante, feliz, para a infelicidade dessas pessoas”. E, claro, denuncie os agressores sem medo, pois quem se esconde atrás do anonimato da internet não é tão valente quanto parece.
As denúncias de cyberbullying também podem ser feitas através da SaferNet Brasil, uma associação formada por diversos profissionais (cientistas da computação, professores, pesquisadores e advogados), que hoje é considerada como referência no combate aos crimes que violam os direitos humanos através da internet.
Se você for vítima de cyberbullying, não entre em desespero ou fique acuado. Como disse Carol Favano, “gente que se dedica a atingir os outros dessa forma é porque não tem amigos, família ou vida para se ocupar. É preciso ser superior e, o mais importante, feliz, para a infelicidade dessas pessoas”. E, claro, denuncie os agressores sem medo, pois quem se esconde atrás do anonimato da internet não é tão valente quanto parece.
Poesia
O cyberbullying é inconsciente
É uma brincadeira adolescente
É só para chamar a atenção
De gente que não tem consideração.
As vítimas ficam a sofrer
Os agressores a rir
As vítimas ficam a perder
Os agressores, temos de os ponir.
Isto temos de mudar
Os agressores têm de aprender
As vítimas ajudar
Para deixarem de sofrer.
Para garantirmos um futuro
Que seja menos duro
O mundo, não vamos mudar
Mas temos de tentar.